domingo, 2 de outubro de 2011

Marcas, um negócio da “China”!

De cada tênis Nike fabricado na China, os chineses recebem apenas US$ 0,04 dólares. É isso mesmo, quatro centavos de dólar americano. Esta é uma afirmação feita por um dos maiores especialistas em marketing do mundo, Philip Kotler, em um congresso da HSM. Seu apontamento refere-se à importância de se construir uma marca forte, uma marca que seja desejada pelos consumidores, uma marca que tenha diferencial competitivo para sustenta-la frente à concorrência predadora de hoje.
Na verdade Kotler não cita tal informação como sua, ele lê um manifesto de algum produtor chinês, que revoltado, comenta que já está mais do que na hora de a China começar a criar “marcas de valor”.
Não sei se Kotler fez tal citação para questionar o valor de uma marca ou, se a citação foi feita por preocupar-se com o poder que a China tem nas mãos.
Os americanos são muito bons em utilizar o marketing, em fazer com que desejemos suas marcas, e isso é o que os torna potentes. Eles dominam a criação de marcas de valor e domínio mundial. Os chineses estão com a manufatura destas marcas, e nós? O que temos nós?
Se os chineses estão preocupados em criar marcas de valor, devemos começar a nos preocupar. Cada vez mais pessoas buscam valor e preço baixo aliados, combinação “impossível” de existir. Talvez até aqui. A partir daqui, a partir da força econômica na qual a China vem se transformando, nada é impossível. Logo veremos que esta combinação é mais do que possível.
Quando a China conseguir emplacar algumas marcas de valor no mercado, marcas que desejemos como as que hoje nos “obrigam” a fazer contas e contas, para ver se cabe no orçamento, quando este dia chegar, nós, brasileiros, com a nossa economia subdesenvolvida, fornecedores de produtos manufaturados, sem o processo que agrega valor, neste dia, as coisas podem complicar-se bastante.
Porque, apesar de o orçamento estar apertado, muitas pessoas desdobram-se em dois, três, dez, para dar conta de pagar prestações dos “supérfluos” que em dado momento desejaram e compraram e, sem antes quitar tais prestações, compram novos produtos, outras marcas, as mesmas marcas, por puro desejo de se sentirem parte de algo.
Parte de algo? Sim, as marcas nos possibilitam pertencer a um grupo, muitas vezes um seleto grupo, outras vezes um grande grupo, mas trata-se sempre de algum grupo.
Pertença, desejo este que nasceu de uma necessidade, a mais básica, a de sobreviver. Hoje o “sobreviver” ainda é buscado, talvez não no sentido literal da palavra, mas, falando de marcas, de grupos de pertença, o sobreviver, torna-se necessário no contexto social, a sobrevivência social, ser aceito. E isto algumas grandes marcas entendem e ajudam a proporcionar a muita gente.
A China, os chineses, as marcas chinesas, estão de olho, há muito em nossa cultura, que não é nada difícil de “des”codificar, para tentar entendê-la e suprí-la com seus “supérfluos”. E, pasmem, conseguirão. 

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